terça-feira, 4 de outubro de 2011

Agente transformador da sociedade

“A Urbanização do Evangelho"

Três vezes Jonas é chamado para ir a Nínive, que Deus continua chamando de “grande cidade” (1.1; 3.2; 4.11). Deus apresenta, diante de Jonas, a dimensão da cidade. Em Jonas 4.11, Ele diz: ‘e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda (...)?’ O raciocínio de Deus é bastante transparente. As grandes cidades são gigantescos armazéns de pessoas perdidas espiritualmente. Como você pode não se sentir atraído a elas? Certa vez, tive um amigo que usou este rígido argumento teológico comigo: ‘As cidades são lugares onde existem mais pessoas do que plantas, e o campo é o lugar onde existem mais plantas do que pessoas. Uma vez que Deus ama as pessoas muito mais do que as plantas, deve amar a cidade mais do que o campo’. Esse é exatamente o tipo de lógica que Deus está usando com Jonas. Os cristãos e as igrejas, naturalmente, precisam estar onde houver pessoas! E não existe um versículo sequer na Bíblia que diga que os cristãos devem habitar nas cidades. Mas, de modo geral, as cidades são desproporcionalmente importantes com respeito à cultura. É para lá que os pobres se congregam frequentemente. É lá que os estudantes, os artistas e os jovens criativos se reúnem. Conforme estão as cidades, assim está a sociedade. No entanto, os cristãos estão sub-representados nas cidades por todos os tipos de motivos.

Muitos cristãos de hoje em dia perguntam: ‘O que podemos fazer com uma cultura que se embrutece?’ Alguns se voltam para a política. Outros reagem contrariamente a isso, dizendo que ‘a igreja simplesmente deve ser ela mesma’, como uma testemunha da cultura, e aconteça o que tiver que acontecer. Em seu livro Two Cities, Two Loves, (Duas cidades, Dois Amores), James Boice afirma que até que os cristãos estejam dispostos a simplesmente viver e trabalhar nas grandes cidades, pelo menos nas mesmas proporções que os outros grupos, devemos parar de reclamar que estamos ‘perdendo a cultura’ (BOICE, James Montgomery, p.165ss).

Enquanto a cidadezinha era ideal para os povos pré-modernos e o subúrbio era formidável para os povos modernos, a cidade grande é amada pelos povos pós-modernos com toda a sua diversidade, criatividade e dificuldades de administração. Jamais alcançaremos o mundo pós-moderno com o evangelho se não o urbanizarmos e não criarmos versões urbanas de comunidades do evangelho [...].

Com que essas comunidades urbanas deveriam parecer? David Brooks escreveu sobre “Bobos”, que combinaram o materialismo tosco da burguesia com o relativismo moral dos boêmios. Eu proporia que os cristãos urbanos fossem “bobos reversos”, combinando não os piores aspectos, mas os melhores desses dois grupos. Praticando o evangelho bíblico na cidade, eles combinariam a criatividade, o amor pela diversidade e a paixão pela justiça (dos antigos boêmios) com a seriedade moral e a orientação familiar da burguesia”

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