domingo, 2 de outubro de 2011

Ansiedade ou Confiança ::

QUAL DE VÓS, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso de sua vida? (Mt 6.27) Hoje vivemos numa sociedade que a cada dia vive correndo, mas que muitas vezes não sabe para onde ir e aonde quer chegar.
E trabalhando no comércio, noto a necessidade que muitas pessoas tem cada vez mais de consumir exacerbadamente. Também ouço expressões do tipo. “Estou com pressa”, “esqueci de levar isso”. Também ouço as murmurações de produtos em falta e os esquecimentos (sendo muitos esquecem até mesmo o que foram comprar). Noto a falta de tempo que sempre alegam, a frustração quando não encontram o objeto de consumo e etc.
Isso é normal para uma sociedade de hoje.
Mas uma característica se ressalta dentre todos que vivem para consumir, vivem sem tempo, vivem correndo, a maioria são ANSIOSOS. A ansiedade é um estado afetivo onde existe um sentimento de insegurança. É uma sensação que temos de fazer algo, de esperar algo imediato no “nosso tempo” (como se isso não pudesse ser realizado em outro momento). A sociedade de hoje me faz lembrar um personagem da minha infância. Sociedade Ramster (filhotes da ansiedade)
Faz um tempo, quando criança, minha irmã Tanise resolveu criar um ramster (ratinho) pelo qual chamamos de “Kiko” (pois suas bochechas se assemelhavam a um personagem de Tv). E a vida de kiko era basicamente, correr dentro de uma esfera, comer semente de girassol e ser admirado pelos outros, que iam esporadicamente lá em casa. Ao final de um tempo, Kiko fugiu, não se soube se sumiu ou morreu. A humanidade de hoje (a maioria cética), me fazem lembrar aquele rato. Muitas vezes o sistema do mundo e o príncipe deste mundo, tem aprisionado muitos dentro de suas próprias gaiolas (seu mundo de rotinas), fazendo correr em busca de algo. Com isso as pessoas esquecem que existe um Deus (lembrando dele só em momentos específicos), fazendo com que vivam satisfeitos com as rotinas, buscando consumir algo para mostrar algo novo, mas momentâneo, quando na verdade existe um vazio por dentro de tudo isso. O inimigo tem feito as pessoas correrem muito, mas sem chegar a lugar nenhum (para distração), fazendo que corram para si mesmas, a ponto de serem admirados pelos outros, pelo que possuem, não pelo que são realmente (e têm). Pura ilusão. Tem feito que vivam ansiosos, sempre sem tempo, não é a toa que também uma das desculpas que muitos dão ao serem convidados para ir a casa de Deus é: “Não posso, estou sem tempo, mas quando puder eu vou”.

E por viverem atrás do vento, como diz Salomão, tudo acaba virando uma vaidade (Pv 2.11).
É por isso que muitas vezes quando vem as lutas, seus castelos de areia desabam, não são firmados em algo sólido como a rocha (Mt 7.24-27).
A sociedade de hoje vive como ratos confinados. Não é por coincidência que umas das maiores distrações da Tv são os reality shows, que mostram pessoas confinadas(como ratos de laboratório) ou digamos ramsters caseiros como os que eu tive. Não é a toa que os mesmos que dizem sem tempo, também ficam observando por horas em frente TV pessoas confinadas. Era como lá em casa, muitos na frente da gaiola, para ver os hábitos do rato. Eu e minha irmã víamos como kiko engordava e hoje a humanidade se preocupa com o que aquilo que aparenta ser em nossas vidas ou do outro, não aquilo que É.
E infelizmente, lamento dizer, que isso também reflete algumas igrejas “tipo fast food” dos nossos dias, igreja que alimenta as ovelhas com comida rápida (tipo miojo) sem proteínas para a saúde espiritual. Para uma sociedade ansiosa nada mais peculiar do que igrejas mercantilistas, vendedoras de bênçãos, cujo amor está nas riquezas. Onde o externo tem mais valor que o interno.

A respeito desses já dizia Tiago: “As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça, vosso ouro e prata foram gastos de ferrugem e sua ferrugem há de ser testemunha contra vós… Tesouros acumulastes no últimos dias” (Tg 5.2-3).
Amados, através disso, não faço apologia a pobreza, nem falo de não adquirir ,mas admoesto em como administrar o que se adquire. E infelizmente as palavras prosperidade e crescimento, estão sendo mais enfatizados em algumas igrejas cristãs do que santidade, transformação e vida moral do cristão. Existe uma inversão de valores no mundo e nas nossas igrejas, onde o supérfluo tem mais valor que o “essencial” e no meio disso tudo está o viver ansiosamente”. Frases como “eu preciso comprar isso”, “eu tenho que sair bem nisso”, eu preciso fazer isso. Eu + eu + eu…
São exigências que acabam levando as pessoas a uma convulsão doentia em ter que fazer algo e uma ansiedade frenética. O mais engraçado (para não dizer triste) é que dentro da igreja colocam Deus na história como algo do tipo. “Preciso ter isso para Deus”. Na questão de vestimenta feminina usa-se a frase: “Preciso me vestir bem ao Senhor” e muitas vezes se oculta a vaidade que se tem e até uma “inveja santa” da roupa da irmã mais abastada, quando na verdade o Senhor exige discrição das mulheres cristãs (I Pe 3.3-4)
Amados, ter algo, comprar algo não é pecado, mas sustentar a vaidade, sem a verdadeira necessidade, por falsa humildade, é sim. Portanto, a ansiedade feminina se resumirá naquilo que ela vê e deseja.

Já o homem é ansioso quando tem que tomar decisões importantes e quando é pressionado. E por isso, acaba tomando decisões erradas. Como exemplos na palavra de Deus podemos citar Adão (Gn 3.10-12). A ansiedade pode levar ao medo em muitos casos, como no caso de Abrão (Gn 12.13), seu filho Isaque (Gn 26.7). Um exemplo típico de ansiedade é Esaú que vendeu o direito de primogenitura a Jacó pela fome que sentia por um prato de cozinhado( Gn 25.30-34). Outro exemplo podemos citar Pedro, que por sua ansiedade dizia a Jesus que iria com o Senhor aonde ele fosse e que nunca o negaria (Mt 26.33-35). O ansioso faz voto de tolo (Ec 5.4-5) pelo qual Deus não se agrada e Pedro mostrava sua natureza ansiosa. Também é de Pedro aquele ato de cortar a orelha de Malco o guarda que iria prender Jesus (Jo 18.10)). A história de Pedro mostra como ele foi modificado.

Muitas pessoas acham que ansiedade é somente “estar com expectativa ou ansioso de algo”. Como já havia dito, ansiedade significa insegurança e cuidado de algo excessivamente. E muitos são os que cuidam muito das coisas deste mundo. A palavra do Senhor diz que: “A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra” (Pv 12.25).

Devemos pois, ouvir a boa palavra de Deus e confiar. Nosso Senhor deseja que estejamos livres da ansiedade e preocupações deste mundo (I Cor 7.32), pois a aparência deste mundo passam e aqueles que cuidam das coisas desta vida não darão fruto, pois os “espinhos” da ansiedade sufocam esta boa palavra (Mc 4.19). Olhe o exemplo do ansioso jovem rico que por sua ansiedade, ou seja, o cuidado excessivo por este mundo e o medo de perder suas riquezas fez com que perdesse a vida eterna (Mt 19.21-22). E quantos são os que perdem algo mais valioso por algo sem valor nos nossos dias que a traça e a ferrugem irão consumir (Mt 6.19-21). Quanto são os que hoje ajuntam tesouros celestiais? É triste ver isso no meio cristão, mas uma realidade os crentes “pavão”, que gostam de aparecer e chamar a atenção e aparentar seu exterior. Amados, o tempo se abrevia, Jesus está vindo e o Senhor avisa que aqueles que se utilizam das coisas deste mundo e compram devem viver como se nada tivessem e de nada usassem daquilo que tem. Portanto, não deixeis a ansiedade e os cuidados da vida impedirem de você ter comunhão com Deus (I Co 7.30-31).

“Que possamos deixar a ansiedade de lado, mas que sejam conhecidas a
Ele tudo nossos anseios, enfim tudo que desejamos através da oração e súplicas” (Fp 4.6).

Devemos sim é descansar e esperar Nele e confiar em suas promessas (Sl 37.7)

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