domingo, 2 de outubro de 2011

Antes e depois do batismo com Espírito Santo PARTE 3

8. Expectativa e sinceridade facilitam a recepção

O candidato tem de estar disposto a entregar-se ao que o Senhor lhe impulsionar a fazer. Embora as línguas genuínas não possam ser autogeradas, o que as recebe tem de cooperar com o Espírito Santo, se deixando levar por Ele. A experiência dos discípulos no Dia de Pentecostes é instrutiva, porque Lucas disse que falaram em línguas “segundo o Espírito lhes concedia que falassem”, At 2.4. Esse aspecto da expectativa é importante; pode servir como um antídoto para o que alguns chamam, sem carinho, de busca crônica.

9. Bênçãos especiais podem acontecer no caminho

A experiência do batismo no Espírito culmina com o falar em línguas, mas alguém pode ter experiências muito válidas e significativas no caminho. Realmente não é apropriado referir-se ao batismo no Espírito Santo como “uma segunda obra de graça” porque tudo que recebemos de Deus é por sua graça. Como conseqüência, pode haver muitas bênçãos entre a regeneração e o batismo no Espírito Santo, e, às vezes, essas bênçãos são uma indicação da experiência culminante por vir. Com respeito ao batismo no Espírito, não tem de ser “tudo ou nada”. Alguns encontros espirituais com o Senhor servem para preparar e facilitar a recepção da plenitude do Espírito. Mas os que estão buscando têm de estar aconselhados a não confundir essas experiências com o verdadeiro batismo no Espírito Santo.

10. O tempo de Deus pode ser diferente do nosso

O Senhor, sem dúvida, responde às orações de fé e louvor. Mas por alguma razão, que somente Ele sabe, seu tempo nem sempre coincide com nossos desejos. Tanto no livro de Atos como na História da Igreja, os derramamentos do Espírito, às vezes, ocorrem em lugares inesperados. Como conseqüência, a pessoa que está buscando não deve desanimar-se ou sentir-se condenado se o enchimento do Espírito não acontecer no momento esperado. Porém, durante tempos de visitação especial do Senhor, quando muitos estão cheios com o Espírito, as condições são ótimas para quem estar buscando. Essa era a experiência do grupo de jovens onde cresci. Por muito tempo ninguém havia sido batizado no Espírito. Logo, por nenhuma razão discernível, vários de nós fomos cheios em um curto período de tempo. Minha irmã mais velha foi a primeira batizada no Espírito; não muito tempo depois, tive a mesma experiência na privacidade do meu quarto, em um momento de oração, sem uma referência específica ao batismo no Espírito.
11. Para os já batizados

Várias perguntas são pertinentes em uma discussão sobre a experiência depois do batismo. Algumas delas seriam: “Que papel tem o falar em línguas na experiência?” “É a palavra glossolalia a essência desse batismo?” “Quais são os propósitos, os resultados divinamente previstos, da experiência?” “Crêem alguns cristãos batizados no Espírito, pelo menos implicitamente, que uma vez cheios, sempre cheios?” “É o batismo no Espírito Santo uma experiência renovável?” Ao líder é indispensável ensinar e guiar o povo até uma perspectiva mais ampla e inclusiva da natureza e propósito do batismo no Espírito. Os resultados previstos no batismo no Espírito devem incluir o seguinte:

a) Falar em línguas : Falar em línguas é a indicação imediata e empírica de que o enchimento do Espírito. Ao falar em línguas, a pessoa também recebe algo de Deus. Paulo diz que: “O que fala em línguas desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja”, 1Co 14.2-4. Este é o aspecto devocional das línguas que Paulo associa com o ato de bendizer a Deus e dar-lhe graças (1Co 14.16-17). É um elemento de orar no Espírito (Ef 6.18 e Jd 20). Línguas são, então, uma maneira de os crentes se edificarem espiritualmente. Por isso é freqüentemente chamado um idioma pessoal de oração. Então, falar em línguas pode ser considerado uma forma de graça. Não é uma experiência que ocorre somente no momento do batismo no Espírito; deve ser uma experiência continua e repetida. Essa idéia está implícita na declaração de Paulo aos Coríntios: “Quisera que todos vocês seguissem falando em línguas”, 1Co 14.5 (tradução do autor).[3] Ademais, um número de eruditos responsáveis entende que Paulo estava dizendo oração em línguas, ou pelo menos a incluía, quando disse que: “…o Espírito nos ajuda com as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”, Rm 8.26.

b) Uma sinceridade com as manifestações espirituais: O batismo no Espírito Santo abre ao crente a disponibilidade da totalidade dos dons espirituais. Essa é uma conseqüência natural de se haver submetido a algo sobrenatural e ao se permitir ser inundado pelo Espírito. Por exemplo, o que Pedro disse à multidão no Dia de Pentecostes era realmente uma palavra profética, o que é claro na maneira em que Lucas apresenta o discurso com o verbo grego apophthengomai, um termo técnico para a palavra inspirada. Uma olhada na lista dos dons espirituais (1Co 12.8-10, 28-30; Rm 2.6-8 e Ef 4.11) revelará que a maioria desses dons já haviam sido manifestos de alguma forma no Antigo Testamento e nos Evangelhos. Os mesmos discípulos antes do Pentencostes estavam curando os enfermos e expulsando os demônios (Lc 10.9-17 e Mt 10.8). Além disso, um estudo da História da Igreja demonstrará que os dons espirituais em suas muitas formas foram manifestados pelos cristãos através dos séculos. Como a edificação do povo de Deus é o propósito principal dos dons espirituais na assembléia (1Co 12.7; 14.3-6, 12), os crentes cheios do Espírito devem ser animados a desejá-los ardentemente (1Co 12.31; 14.1)
.c) Vida justa: O batismo no Espírito tem de ser entendido como algo que tem implicações para uma vida justa. O artigo 7 da declaração das verdades fundamentais das Assembléias de Deus norte-americana diz corretamente, eu creio, que com o batismo no Espírito Santo, vem à plenitude de poder para uma vida de serviço”. Eu creio que “para a vida”, significa “para a vida justa”. Se, efetivamente, o batismo no Espírito é uma imersão naquele que é o Santo Espírito – a designação mais freqüente para o Novo Testamento – a experiência tem que infringir a santidade pessoal. Um problema muito básico dos crentes em Corinto era que continuaram a falar em línguas sem permitir que o Espírito Santo trabalhasse internamente em suas vidas. É nesse ponto que os crentes batizados no Espírito Santo necessitam entender que o fruto espiritual, e não somente os dons espirituais, devem ser uma parte da experiência pentecostal. O fenômeno do fogo no dia de Pentecostes tem de ser relacionado, em parte, com a santidade de Deus (como é comum nas Escrituras – a sarça ardente, por exemplo) e por conseguinte a santidade do crente batizado. O batismo no Espírito não produz santificação instantânea (nada faz isso), mas pode dar ao recebedor um ímpeto adicional para buscar uma vida que agrada a Deus. Com isto, é importante ver a conexão que Paulo faz entre o ser continuamente cheio do Espírito e suas conseqüências na vida cristã – um espírito de gozo, ministério a outros, gratidão, submissão mútua, e respeito (Ef 5.18; 6.9). É apropriado neste momento mencionar que a plenitude do Espírito não deve ser somente uma experiência. Em adição à obra interna e diária do Espírito na vida de uma vida, há ocasiões quando ele vem sobre os crentes em tempos de crise ou para satisfazer uma necessidade especial. Esses tempos também são uma referencia de ser “cheio do Espírito” (At 4.8,31; 13.9,52).

d) Poder para testificar: A associação do poder com o Espírito Santo é comum no Novo Testamento. Às vezes, os dois termos são permutáveis (por exemplo, Lc 1.35; 4.14; At 10.38; Rm 15.19; 1Co 2.4 e 1Ts 1.5). O Jesus ressuscitado disse aos seus discípulos que ficassem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos do poder do alto (Lc 24.49). Em Atos, Ele disse: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”, At 1.8. Esses temas do batismo no Espírito Santo e a evangelização do mundo são enfoques muito relacionados no livro de Atos dos Apóstolos. Uma relação de causa e efeito entre os dois nos parece óbvia, mas devemos notar que Jesus não disse que o único propósito do poder era a evangelização. Já indiquei que a obra do Espírito no batismo do Espírito tem de ser compreendida de forma mais ampla do que o que Atos enfatiza. Entretanto, uma pessoa batizada no Espírito que não está preocupada com os perdidos, é uma contradição de termos. Desde o ponto de vista tanto bíblico como do movimento pentecostal missionário e evangelístico, ao receber esse poder sempre se tem que entender que inclui a proclamação do Evangelho. Essa proclamação, obviamente, é primordialmente verbal, porém o poder que Jesus prometeu incluía a prática de milagres em nome Dele. O livro de Atos relata um catálogo autêntico dos acontecimentos dos dons espirituais – dons vocais, curas, exorcismos, ressurreição de mortos etc – que o Senhor usava para preparar as multidões para a proclamação do Evangelho.

Conclusão

Tenho tentado tratar da variedade de temas referentes à necessidade premente que há de os líderes (pastores, evangelistas e mestres) ensinarem ao povo de Deus acerca da preparação para receber o batismo no Espírito Santo; de ensinar mais compreensivelmente sobre os propósitos e resultados do batismo; da necessidade de que os já batizados experimentem a plenitude do Espírito continuamente e também, de vez em quando, busquem uma investidura especial, em geral, o que só é feito em tempos de necessidade especial. O batismo no Espírito Santo tem que ser mais do que uma doutrina encerrada em um relicário; tem de ser uma experiência vital e produtiva na vida dos crentes e em suas relações pessoais com o Senhor, sua interação com outros crentes e seu testemunho ao mundo.

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