terça-feira, 4 de outubro de 2011

A vida do novo convertido

Texto Bíblico: 2 Coríntios 5.17; Tito 2.11-13; 3.3-8

I. O NOVO CONVERTIDO É UMA NOVA CRIATURA
II. O PASSADO SE FOI E EIS QUE TUDO É NOVO
III. QUANDO ESTAMOS EM CRISTO


VASOS DE BARRO

Se começar com o pecado e julgamento [na apresentação da mensagem do Evangelho aos homens] é historicamente o desequilíbrio mais típico entre os protestantes, também é possível inclinar-se à direção oposta. Certos grupos cristãos dão mais importância à redenção que à queda, desembocando na doutrina da perfeição ou santidade cristã – a ideia de que podemos nos tornar completamente santos nesta vida. Por exemplo, uma doutrina central na tradição metodista e nazarena [Igreja dos Nazarenos] é a “santificação inteira”. Este ensino diz que podemos nos tornar de todo santos ou ser livres do pecado nesta vida, sem ter de esperar a vida eterna. Estas igrejas defendem que os crentes são “livres do pecado original, ou depravação, levados a um estado de total devotamento a Deus e aperfeiçoados na santa obediência de amor” (segundo as palavras dos artigos de fé da Igreja dos Nazarenos).

O erro aqui consiste em defender que a redenção supera por completo a queda nesta vida. A Bíblia ensina que o pecado será totalmente vencido com a volta de Cristo. Na cruz, Cristo derrotou o pecado e Satanás, e ganhou a vitória decisiva; contudo, grande parte do mundo permanece sob o poder do Inimigo até que Jesus volte como Rei conquistador. Precisamos unir ambas as verdades em equilíbrio apropriado. Quando os fariseus perguntaram a Jesus quando o Reino viria, Ele respondeu: “O Reino de Deus está entre vós” (Lc 17.21). Ele também instruiu os discípulos a orar: “Venha o teu Reino”, e ensinou que a vinda do Reino ainda não se cumpriu de forma plena. Entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, temos de equilibrar os aspectos “já” e “ainda não” desta fase interina.

Imagine o mundo como território de Deus por direito de criação. Por causa da queda, foi invadido e ocupado por Satanás e seus subornados que em todo tempo empreendem guerra contra o povo de Deus. No ponto decisivo central da história, o próprio Deus, a primeira pessoa da trindade, entra no mundo na pessoa de Jesus Cristo e, por sua ressurreição, desfere em Satanás um golpe mortal. O inimigo foi fatalmente ferido; o resultado da guerra é certo; contudo, o território ocupado ainda não foi desocupado. Hoje, há um período em que o povo de Deus é chamado para participar na batalha subsequente, repelindo o Adversário e recuperando o território para Deus. Este é o período em que vivemos – entre a ressurreição de Cristo e a vitória final sobre o pecado e Satanás. Nossa chamada é aplicar à nossa vida e ao nosso mundo a obra consumada de Cristo na cruz, sem esperar resultados perfeitos até que Ele venha.

Isso não desculpa para nos acomodarmos. Ainda temos de nos esforçar para desenvolver um caráter de tamanha qualidade que as pessoas vejam a diferença entre os remidos e não-remidos. Nossa vida deve mostrar uma dimensão sobrenatural que os não-crentes não possam explicar satisfatoriamente em termos de talento ou energia apenas natural.

Paulo expressou o equilíbrio apropriado quando disse que temos um tesouro espiritual poderoso, mas que é guardado em vasos de barro frágeis e quebráveis (2 Co 4.7). Neste lado do céu, devemos nos empenhar em viver com todos os três elementos em equilíbrio: reconhecendo a bondade criada do mundo de Deus (criação), lutando contra a corrupção contínua do pecado e da ruína (queda) e trabalhando para a cura da criação e restauração dos propósitos de Deus (redenção).   

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